
A coluna de Jéssica Gonçalves, estudante de jornalismo de 19 anos traz em tom informal uma importante reflexão sobre acessibilidade.
Comunicar não é só falar: é tornar a conversa acessível para todo mundo.
Mano, sabe quando tá todo mundo falando ao mesmo tempo e parece que tá tudo normal, mas você só queria silêncio por dois segundos? Então. Isso aí é um pouco do que muita gente autista sente, o tempo todo. Ser autista não é ser “menos capaz” ou “especialzinho”, é só ter um jeito diferente de perceber o mundo. Tipo, pra mim, sons altos são tipo facada no ouvido, fico tentando processar o que você tá falando enquanto uma moto passa gritando, e meu cérebro tá tipo “decide no que eu presto atenção!”. Agora, imagina isso na escola, no job, ou até numa conversa com os amigos. “Coisa simples”, né? Mas aí entra a treta: a linguagem.
Às vezes, o jeito que as pessoas falam — com gírias, cortes, indiretas, ironia, aquele famoso “você entendeu, né?” — deixa a gente perdido. Não é má vontade, é só que o cérebro autista funciona diferente. Direto ao ponto é sempre mais fácil. (Sério, se você quiser ajudar, seja direto. Eu agradeço.)
Mas olha que doido: a comunicação é acessibilidade. É pensar em quem pode não acompanhar a “língua padrão” e querer simplificar, tentar passar a mensagem de forma clara e limpa, para a facilidade de entendimento não só de pessoas autistas, como também de idosos e crianças. Então, acessibilidade não é só rampa ou legenda, apesar de isso também ser essencial. É criar jeitos diferentes de incluir geral. Pode ser legenda em vídeo, pode ser lugar silencioso num evento, pode ser dar tempo pra pessoa responder sem pressa.

Jéssica Gonçalves, 19 anos, é estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Autista, cria conteúdo no TikTok sobre vivências neurodivergentes, acessibilidade e questões sociais. Apaixonada por literatura brasileira, acredita na escrita e na comunicação como formas de resistência e transformação.
Este texto é muito necessário, acessibilidade é fundamental para o respeito mútuo e uma boa relação entre as pessoas !! Compreender o outro e respeitar é a principal forma de incluir !!
Grande Jess, é de suma importância que essa acessibilidade, seja debatida e faça parte da rotina de todos, lidamos com uma diversidade enorme de pessoas então, é muito justo que sejamos ouvidos e respeitados.
Grande Jess, é de suma importância que essa acessibilidade seja debatida e faça parte da rotina de todos, lidamos com uma diversidade enorme de pessoas então, é muito justo que sejamos ouvidos e respeitados.