Tania Zagury e Erika Neves falam sobre a infância hiperconectada

Foto: Canva
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Como controlar a ansiedade? É o que perguntam os pesquisadores brasileiros após novo levantamento. Dados do psicólogo americano Jonathan Haidt mostram que um dos motivos deste índice é a infância hiperconectada. O livro de Haidt chegou ao Brasil no início de Junho. Os novos registros alertam que o país segue a mesma tendência em casos de suicídio, depressão, autolesões e tristeza no meio acadêmico.

“O cérebro, a estrutura biológica, e a mente, a estrutura psiquê, a estrutura psicológica estão ocupando o mesmo espaço. Então, o que é o inimigo? A má hidratação. Se eu não me hidrato, eu estou afetando todo o meu corpo, porque 80% é água, e afetando essa estrutura. Porque ao beber água, ela hidrata todo o corpo, e as estruturas de função cognitiva, atenção, concentração, memorização. Então, desidratado, eu não posso me queixar de que estou com a memória ruim.”, diz a psicóloga Erika Neves.

Haidt comprova em sua principal tese que o celular é parte essencial da crise global de saúde mental entre menores. A filósofa Tania Zagury já faz pesquisas no Brasil sobre essa mudança de comportamento das novas gerações.

“Esses pais já são pais que tiveram muita liberdade durante o seu crescimento. Tinham poucos limites e muita liberdade. Então, eles estão um pouco admirados de como dá trabalho ser pai e ser mãe. Embora seja uma coisa que eles adoram, os seus filhos amam de montão, mas eles não estão muito dispostos a fazer certos sacrifícios. Então, por exemplo, está sendo difícil para eles abrir mão de coisas que eles fazem, que eles gostam. Como, por exemplo, usar as redes. E na medida que eles descobrem que o celular pode fazer a criança ficar quietinha e eles usarem as redes, eles estão cada vez mais cedo colocando os seus filhos a jogar, a usar o celular para isso aí potencializar. Para a criança não perturbar muito. Só que a gente alerta tanto para esses riscos. Essa ansiedade está relacionada a isso. Uma criança de 7 anos que já usa as redes sociais, ou 6, ou 5, ela quer ficar à par do que o grupinho dela disse. O que ela perdeu quando ela não está dentro do grupo dentro das redes. E isso provoca ansiedade, medo de perder alguma coisa, de falarem alguma coisa dela que ela não sabe. Isso traz medo, vão falar de mim, o que falaram de mim. E é preciso que os pais estejam cientes desse perigo.”

Professores e neurocientistas afirmam que a dinâmica entre professor e aluno pode ser uma das soluções para a diminuição da ansiedade, mas ainda não há maiores informações sobre o fenômeno.

Entrevistadas:

Resumo Profissional – Erika Neves
CRP 5ª/34884
Psicóloga Clínica e Educacional. Mestre em Ciência da Educação (UDS). Pós-graduada em Psicopedagogia, Análise Transacional, Competência nas Relações e Saúde e Longevidade.
Atuou por 10 anos como professora alfabetizadora, o que motivou sua formação em Psicologia para ampliar o suporte aos alunos.
Pioneira no Programa de Saúde do Profissional Educador (SME – Teresópolis/RJ).
Experiência em Psicologia Escolar (da Creche ao Ensino Médio) e palestrante nas áreas de Saúde Mental, Educação Emocional e Inteligência Relacional.
Tania Zagury é uma filósofa, escritora, conferencista e professora brasileira do ensino superior. Filósofa graduada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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