Conheça a trajetória de Aline Gior

Foto: Aline Gior
Foto: Aline Gior

Anos 80, pouca informação e muita crítica. Aline é autista e mãe de autista. Suas redes sociais começaram com o propósito de falar sobre sua filha, mas as coisas começaram a mudar. Utilizando do deboche e da criatividade, Aline fez esquetes humorísticas baseadas na vida real. Foi quando ela se sentiu confortável para falar sobre o seu autismo.


“Aí comecei o deboche terapia, né, que eram esquetes, eu fiz, deboche terapia era porque era uma terapia para mim. Então, assim, eu fiz esquetes debochadas sobre assuntos extremamente sérios, para trazer a informação para as pessoas, foi aí que eu comecei a crescer muito. Cheguei a metade do que eu tenho agora, 24, 25 mil inscritos.”

Aline sofreu ataques no Instagram por questionar um vídeo divulgado de um garoto autista em crise. Educadora parental, Aline reconhece que é uma questão de vulnerabilidade que não deve ser exposta. Após os ataques, Aline relembra com dor que foi internada por conta de uma crise. Com o sucesso de seu Instagram, aprendeu a lidar com os famosos haters.

Formada em teatro, Aline não pôde seguir a vida de atriz devido às circunstâncias da vida. Mas seu sonho de ser artista não foi adormecido. Com um Instagram super teatral, Aline demonstra força e carisma nas redes sociais.

“A arte sempre traz reflexão e é o que eu faço, né? Eu crio as coisas para trazer reflexões. No meu caso, é bem provocativo. Então eu trago uns esquemas, uns B.O. aí, igual o debate terapia, e logo vai entrar uma personagem nova, entendeu? Eu tô testando ela, na verdade. Aí eu vou ver depois se vai rolar.”

Aline sempre enfatiza sua amizade com a Tabata Cristine. Desde meias coloridas a planejar vídeos juntas, as duas são como unha e carne. “Eu falei, nossa, eu também sou autista e eu amo meias coloridas, né? E, assim, meias de personagem e tudo mais. E aí foi aí que a gente começou a se falar e tudo mais e aí estava a Tabata, estava, né? A gente foi se encontrando, assim, no meio do caminho.”

Foto: Aline Gior de anjo

A infância de Aline não foi nada tranquila. Com as questões do autismo, Aline imagina ter sido nível 2 no começo. Entre dificuldades na escola e na família, chegou a apanhar na infância. “Eu simplesmente fazia as coisas e pra mim aquilo era o certo, eu era muito impulsiva, espontânea, até devido ao TDAH que descobri depois”, afirma.

Criada pelos avós, Aline lembra dos sofrimentos e dos abusos que sofreu por conta da ingenuidade. “Apesar de tudo, tive momentos felizes, tive uma infância pautada em dois extremos e me sentia muito incompreendida.”

Uma menina de poucos amigos, Aline sentiu como se sua infância não tivesse um momento morno. Ao mesmo tempo que ficava feliz com suas viagens em família, sentia a incompreensão de quem a rodeava.

Aline deixou um recado para quem lê sua entrevista. “Tenha coragem de se posicionar por si, por quem você é e seja gentil consigo. O mundo já é cruel demais conosco, não precisamos ser também. Seja você sempre.”

Seja sempre quem você é. É esse o lema do Jornal Atípico!

Siga Aline nas redes sociais.

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