Florestan Fernandes (1920-1995) foi um dos maiores sociólogos brasileiros e um intelectual comprometido com a transformação social e a luta contra as desigualdades estruturais do Brasil.
Sua obra pioneira estabeleceu as bases para a sociologia crítica no país, articulando rigor científico com militância política, especialmente na defesa dos direitos humanos e da democracia.
Fernandes dedicou-se a compreender a complexa formação social brasileira, destacando as contradições entre modernização e exclusão, e denunciando as raízes do racismo e da injustiça social.
Sua atuação acadêmica e política permanece atualíssima diante dos recentes retrocessos políticos e autoritários, como os promovidos pelo bolsonarismo, que representam um ataque direto às conquistas democráticas e aos direitos sociais. Enquanto Florestan via na educação e na mobilização social instrumentos centrais para a emancipação, os atos bolsonaristas refletem um projeto político que busca desmantelar o Estado de Direito e silenciar vozes críticas, adotando discursos negacionistas e práticas autoritárias.
Comparar a militância de Fernandes com o atual cenário político evidencia a urgência da retomada do pensamento crítico e da resistência democrática para preservar o legado de inclusão e justiça social que ele tão vigorosamente defendeu.
Em tempos de crises políticas e sociais, o pensamento de Florestan Fernandes permanece como bússola essencial para aqueles que desejam um Brasil mais justo, plural e democrático.
Sua defesa intransigente da igualdade racial e da reforma agrária, assim como sua crítica ao elitismo e à concentração de poder, se contrapõem frontalmente à ascensão de grupos que buscam consolidar privilégios e fragmentar a sociedade. Fernandes nos ensina que o combate à opressão passa pela conscientização coletiva e pela ação política organizada, princípios indispensáveis para enfrentar os desafios contemporâneos.
Portanto, o legado de Florestan é um convite permanente à reflexão, à luta e à esperança em um projeto político-social que valorize a dignidade humana e a justiça social.

