Entrevista com Erisvan Guajajara
Durante uma entrevista exclusiva, conversei com Erisvan Guajajara, jornalista, comunicador e jovem liderança indígena do povo Guajajara, no Maranhão. Conhecido por sua atuação em defesa do meio ambiente e dos direitos indígenas, Erisvan tem se tornado uma das vozes mais presentes nas discussões sobre mudanças climáticas e sustentabilidade no Brasil.
Perguntei a ele sobre os impactos das alterações climáticas na vida dos povos originários e como essas mudanças vêm transformando o modo de vida nas aldeias e nas comunidades tradicionais.
Como essas alterações climáticas vêm afetando os povos indígenas?
Erisvan se referiu ao evento ClimaTalk como,
“Ato de resistência, hoje com todas as mudanças climáticas a gente (indígenas) não sabe mais quando é o tempo das chuvas, da colheita e das frutas, não sabemos mais o tempo bom de colher e de plantar, como nossos ancestrais faziam antigamente. Hoje precisamos juntos reflorestar, é tempo de reflorestar para curar. Precisamos nos aliar para ter um planeta verde.”
A fala de Erisvan revela a dimensão humana e cultural das mudanças climáticas. Para os povos indígenas, a natureza não é apenas um recurso, mas parte essencial da vida, da identidade e da espiritualidade. Quando o clima muda, muda também a relação com o território, com os alimentos e com os ciclos da terra que sempre orientaram o modo de viver das comunidades.
As transformações climáticas têm afetado diretamente a rotina nas aldeias, alterando o equilíbrio das florestas, o crescimento das plantas e o comportamento dos animais. O que antes era previsível — como o tempo de plantar, colher ou pescar — agora se tornou incerto. Esse desequilíbrio gera insegurança alimentar, ameaça tradições e impacta o futuro das novas gerações.
A presença de Erisvan Guajajara no ClimaTalk, realizado em agosto de 2025, simboliza o fortalecimento de uma pauta que une ancestralidade e modernidade. O evento, que reuniu ativistas, pesquisadores e lideranças de diferentes regiões, mostrou a importância de ouvir quem há séculos protege e cuida da natureza.
A fala de Erisvan é, portanto, um apelo à ação coletiva. Sua mensagem reforça que não há solução para a crise climática sem o envolvimento direto dos povos originários — verdadeiros guardiões das florestas. Ao defender o reflorestamento e a união por um “planeta verde”, ele nos lembra que preservar o meio ambiente é também preservar a vida, a cultura e a memória de todos nós.

